quarta-feira, 9 de março de 2011

(Ma)Luka




Tu és mesmo cadela da tua dona. É que não podias ser de outra pessoa. O que tens de mimada, tens de carinhosa. O que tens de inteligente, tens de manhosa. Teimosa até mais não. Rafeira cheia de pedigree.

A tua dona cá anda, a tua volta a fazer as habituais figuras tristes a que me obrigas.

Decides sempre fazer cocó em andamento, o que faz com que eu ande de saco plástico atrás dos teus passos para apanhar o que espalhas por todo o lado. Se não queres ir numa direcção, empacas qual mula teimosa, e só sais dali ou ao colo ou se formos na direcção que queres.

É só veres um potencial dador de festinhas, atiras-te para o chão e ficas ali de barriga para cima a espera. E quantas vezes tive de te colocar ao colo para que largasses os pés das pessoas.

Também gostas muito do teu modo surda. A tua dona chama, chama, assobia, chama novamente e tu nada. Principalmente se estiveres a caça de uma lagartixa. Sim, sim... essa parte a dona abomina, quando apareces com uma largartixa na boca, com o rabo pendurado de um dos lados do teu focinho e tu toda contente a trazer a prendinha a dona. Poupa-me bicha! Poupa-me!

Ruim como as cobras, não podes ver outra cadela e queres logo mostrar que domina a área.

Mas vale a pena, vale sempre a pena, porque só tu canita, arrancaste-me boas gargalhadas quando nada me fazia sorrir. Só tu fizeste-me sair da cama e apanhar frio na cara, quando só me apetecia entregar-me a tristeza. Porque apesar das dores que sentes, eu sei que sim, esforças-te para alegrar a toda gente com a tua boa disposição.

És uma das coisas muito boas na minha vida.