sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Como (não) conquistar um homem

Tal como muito boa gente, eu também tive paixões assolapadas e não correspondidas. Entre os 13 e os 20 anos passei por algumas. A essa distância percebo que teve tanto de giro como de ridículo.

Lembro-me do Marcos Augusto da catequese. O sacana gostava da minha irmã mais velha e eu ali tão disponível e ele nada. Depois houve o Marcelo Lima. Era moço para me tirar o fôlego com aqueles olhos verdes enormes. Cada vez que o via, fingia que tinha um ataque de falta de ar. Tudo para ver se ele vinha em meu socorro mas nunca resultou. Na verdade nunca percebi bem como é que tal ideia tão brilhante não teve um final feliz.

Mas o que ficou verdadeiramente marcado na minha memória foi a minha última paixão não correspondida.

Andava eu no 2º ano da faculdade e numa bela tarde, enquanto estava no bar a lanchar, tive o prazer de colocar os olhos em cima de um "deus grego". Um rapaz alto, moreno, de cabelos pretos, usava óculos e tinha aquele estilo intelectual que me deixava ko.

Depois daquela visão convenci-me que aquele moço seria meu. Maldita hora... foram largos meses de "investigações", patetices e atitudes estapafúrdias.

Claro que eu precisava de uma cúmplice e a Filipa, minha colega de faculdade, foi a escolha perfeita. O único problema foi ela também ter-se apaixonado por ele.

Eu fazia de tudo, descobri o nome (mas já não me lembro!), estudei as horas a que ele ia lanchar, descobri quem eram os amigos, as horas que chegava e saía da faculdade, o carro que tinha, o que fazia e onde. Descobri então que ele era investigador no “Laboratório de Caracterização Magnética e Baixas Temperaturas”.

Eu andava tão apanhada que sempre que podia perguntava-lhe os minutos várias vezes por hora, esbarrava nele, quando ele ia para o metro eu ia atrás e ficava na mesma carruagem a piscar os olhinhos para ele, um sem fim de maluquices. Uma vez pedi-lhe para abrir uma garrafa de UCAL. Ele abriu e ficou a olhar para minha cara com ar de: ”Esta gaja é parva”... E quando o apanhava no bar? Era ver-me a maquinar uma forma de me sentar na mesa ao lado dele e dizia alto: “Ah e tal, estou a fazer um programa para calcular baixas temperaturas e caracterização magnética”. Tudo isso para ele ouvir. É claro que eu não percebia patavina o que era caracterização magnética mas achava que estava a fazer uma grande figura. Enfim... a típica melga.

O rapaz fugia de mim a 7 pés.

Vieram as férias de verão, os exames que me ocuparam o tempo e quando as aulas começaram achei que o melhor era mesmo desistir. A Filipa fez o mesmo. A Natasha da secretaria é que o fisgou… não sei como.

Há uns meses vi-o no Vasco da Gama. Já não tinha o mesmo encanto de outrora e trazia um rebento pela mão. Quando ele me viu, olhou-me admirado e pela expressão deve ter achado que agora sim valia a pena. Tenho para mim que ele esboçou um "Olá". Eu fiz-me difícil mas apeteceu-me dizer.. too late, babe :)

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